quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Movimentos da Vanguarda Européia:Surrealismo

O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primariamente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e posteriormente expandido para outros países. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas, André Breton na literatura e Luis Buñuel no cinema.

Características do Surrealismo:
• valoriza a intervenção fantasiosa na realidade;
• ressalta o automatismo contra o domínio da consciência;
• as formas da realidade são completamente abandonadas.
• Explorar o inconsciente, o sonho, a loucura; aproximar-se de tudo que fosse antagônico à lógica e estivesse fora do controle da consciência.


Manifesto Surrealista:

O Manifesto do Surrealismo foi publicado pelo escritor francês André Breton em 1924, e trouxe para o mundo um novo modo de encarar a arte.

Seguido do Dadaísmo (movimento que propunha a oposição por qualquer tipo de equilíbrio), o surrealismo impunha o chamado automatismo psíquico, "estado puro, mediante o qual se propunha transmitir verbalmente, por escrito, ou por qualquer outro meio o funcionamento do pensamento; ditado do pensamento, suspenso qualquer controle exercido pela razão, alheio a qualquer preocupação estética ou moral".

Segundo Breton, ele e o escritor Soupault, deram o nome de Surrealismo ao novo modo de expressão que tinham a seu alcance, em homenagem a Guillaume Apollinaire.

Neste manifesto, os princípios surrealistas são declarados, tais como a isenção da lógica, a adoção de uma realidade superior, chamada "maravilhosa".

Manuscrito

O manuscrito do Manifesto do Surrealismo, será leiloado a 20 de Maio de 2008 em Paris, juntamente com outros nove manuscritos da sua autoria pela leiloeira Sotheby's

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Principais Artistas

Salvador Dalí

Salvador Felipe Jacinto Dalí i Domènech nasceu às 8h45 da manhã de 11 de maio de 1904, no número vinte da carrer (rua) Monturiolin da vila de Figueres, Catalunha, Espanha.
O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos mestres da Renascença.O seu trabalho mais conhecido, A Persistência da Memória, foi concluído em 1931. Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura, e fotografia. Ele colaborou com a Walt Disney no curta de animação Destino, que foi lançado postumamente em 2003 e, ao lado de Alfred Hitchcock, no filme Spellbound.
Dalí produziu mais de 1500 quadros ao longo da sua carreira[36] , e também ilustrações para livros, litografias, desenhos para cenários e trajes de teatro, um grande número de desenhos, dezenas de esculturas e vários outros projectos.

Principais obras:
A Persistência da Memória(1931)
Canibalismo de outono(1936)


René Magritte

Magritte nasceu em Lessines, Bélgica, no dia 21 de Novembro de 1898, filho caçula de Léopold Magritte. Em 1912, sua mãe cometeu suicídio por afogamento no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe foi retirado das águas do rio.
Pintor de imagens insólitas, às quais deu tratamento rigorosamente realista, ultilizou-se de processos ilusionistas, sempre à procura do contraste entre o tratamento realista dos objetos e a atmosfera irreal dos conjuntos.
Suas obras são metáforas que se apresentam como representações realistas, através da justaposição de objetos comuns, e símbolos recorrentes em sua obra, tais como o torso feminino, o chapéu côco, o castelo, a rocha e a janela, entre outros mais, porém de um modo impossível de ser encontrado na vida real

Modernismo no Brasil:primeiro momento:Villa Lobos

Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 – Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1959) foi um maestro e compositor brasileiro.
Destaca-se por ter sido o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música do Modernismo no Brasil, compondo obras que enaltecem o espírito nacionalista onde incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas.
As primeiras composições de Villa-Lobos trazem a marca dos estilos europeus da virada do século XIX para o século XX, sendo influenciado principalmente por Wagner, Puccini, pelo alto romantismo francês da escola de Frank e logo depois pelos impressionistas.Teve aulas com Frederico Nascimento e Francisco Brag.


Principais composições

Fac-simile da partitura original feita por Villa-Lobos da música "Os escravos de Job" para o "Guia Prático" em fevereiro de 1938Música Orquestral
12 sinfonias (1916–1957)
Uirapuru (1917)
Amazonas (1917)
Erosão (1950)
Odisseia de uma Raça (1953)
Gênesis (1954)
Emperor Jones (1956)
Cirandas (1929)
Saudades das Selvas Brasileiras (1927)
Valsa da dor (1930)
Ciclo Brasileiro (1936)
As Três Marias (1939)
Hommage a Chopin (1949)
Música de câmara
Sexteto Místico (1917)
Quarteto Simbólico (1921)
Trio para oboé, clarinete e fagote (1921)
Noneto (1923)
Quarteto de sopros (1928)
Quinteto em Forma de Choros (1928)
Duo para violiono e viola (1946)
Assobio a Jato (1950)
Fantasia Concertante (1953)
Duo para oboé e fagote (1957)
Quinteto instrumental (1957)
Violão
Choros n.º 01 (1924)
Estudos (1924–1929)
Bachianas n.º 05 (1938–1945)
Floresta do Amazonas (1958)
Modinhas e canções (1933–1942)
Poema de Itabira (1942)
Música Coral
Magdalena, opereta (1947)
Yerma, ópera (1956)
A Menina das Nuvens, ópera bufa (1958)

Musica:

Trenzinho Caipira
Heitor Villa Lobos
Composição: Heitor Villa Lobos
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar
Lá vai ciranda e destino
Cidade e noite a girar
Lá vai o trem sem destino
Pro dia novo encontrar
Correndo vai pela terra
Vai pela serra
Vai pelo mar
Cantando pela serra o luar
Correndo entre as estrelas a voar
No ar, no ar...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Modernismo no Brasil:Primeiro momento

Literatura:Cassiano Ricardo


Cassiano Ricardo Leite, poeta e ensaísta, nasceu em São José dos Campos, SP, em 1895 e morreu no Rio de Janeiro
em 1974. Tendo participado do movimento modernista e de grupos que se lhe sucederam, Cassiano Ricardo soube aproveitar como poucos o Indianismo, uma das influências do momento, tomando-o como base de uma autenticidade americana. ‘Martim Cererê’, seu livro mais conhecido, traduzido para muitos idiomas e ilustrado por Di Cavalcanti, se fundamenta no mito tupi do Saci-Pererê, manifestando uma conciliação das três raças formadoras da cultura nacional, a indígena, a africana e a portuguesa. Mesclando essas três fontes lingüísticas, ele elabora o que foi chamado de "mito do Brasil-menino". Modernista e primitiva a um só tempo, brasileira sem ser nacionalista, sua estrutura lembra alguns elementos da história em quadrinho e dos filmes de animação, prenunciando a pop art. Além de ter escrito esse livro clássico da literatura brasileira, Cassiano Ricardo manteve, até o fim de sua vida, uma pesquisa poética experimental e independente, acompanhando de perto os novos movimentos de vanguarda, sobre os quais escreveu. Seu último livro, 50 anos após o de estréia, exemplifica essa constante inquietação.
Obras:
Dentro da Noite (1915)
Vamos Caçar Papagaios (1926)
Borrões de Verde e Amarelo (1926)
Martim Cererê (1928)
O Sangue das Horas (1943)
Um Dia Depois do Outro (1947)
Poemas Murais (1950)
A Face Perdida (1950)
O Arranha-Céu de Vidro (1956)
Poesias Completas (1957)
22 e A Poesia de Hoje (1962)
Algumas Reflexões sobre Poética de Vanguarda (1964)
Jeremias Sem-Chorar (1964)

Resumo do poema Martim Cererê:

Publicado em 1928 ( ano do Manisfesto Antropófago de Macunaína e do radicalismo primitivista) , representa o ponto alto da vertente nacionalista e ujanista do verdeamarealismo. Constituido de poemas de rítmo e forma vária, como um "livro de figuras", aproxima- se da técnica do desenho animado ou da estórias em quadrinhos. O carácter épico e narrativo de Martim Cererê foi alvo de trabalhos tentando dimensionar a participação desses elementos, de qualquer modo, identificáveis no lendário, na visão estética do mito, na universalidade do sentimento que procura o elemento estrangeiro para salientar o elemento nacional, especialmente nas aproximações com o Ulisses grego: "Um belo dia, chegou um marinheiro e ouviu o canto da Uiara. Não se faz amarrar ao mastro do navio, nem mandou tapar os ouvidos dos marinheiros. Foi logo à terra e ofereceu-se para casar com ela". O enredo desenvolve a lenda do surgimento da noite e do desenvolvimento do Brasil. O índio Aimberê e o marinheiro branco Martim apaixonam- se pela Uiara, estando disposta a se casar com aquele que lhe trouxesse a noite. Martim vai a Àfrica e traz a noite que são os negros escravos. Desta união, surgem os bandeirantes, que desbravam os sertões, plantam o mar verde dos cafezais e constroem as fábricas e arranha-céus da metrópole paulistana. O poema fala da formação do Brasil, resultante da oposição entre o mundo primitivo, da fantasia, dos mitos (ontem") e "a vida rodando fremindo batendo martelo (hoje) . Dentro da proposta do Verde amarelismo e do grupo da Anta. Para se chegar ao progresso foi preciso "engolir" as matas, o índio, o café e tudo o que procurasse interromper a marcha do progresso. " Os tupis desceram para ser absorvidos. Para se diluírem no sangue da gente nova" ( Manisfesto da Anta) Observe que o Totem dos tupis , a anta não é carnívora. Observe também a oposição entre as propostas da corrente nacionalista e da primitivista ( antropofagia).


A Notícia:
Cassiano Ricardo

Então o vento
lá dentro da serra,
onde apenas havia
o barulho insensato
das coisas sem nome
começou a bater
a bater rataplã
no tambor da manhã.

Então os ecos
saíram das grutas
levando a notícia
por todos os lados.

Então as palmeiras
ao fogo do dia,
em verde tumulto,
pareciam marchar
carregando bandeiras.

Depois veio a Noite
e os morros soturnos
levavam estrelas
por vales e rochas
como uma silente
corrida de tochas…

Em: Martim Cererê.

Cassiano Ricardo

Vila Lobos